sábado, 17 de outubro de 2009

Argélia

Ja estou de volta. O bom de sair de uma cidade poluida como Paris é conseguir passar semanas sem alergias e sem acordar espirrando todos as manhãs.
No resumo gostei muito de ter ido para a Argélia. Na verdade sempre quis viajar pelos paises do mediterrâneo, e dos dois lados. Eu imaginava a Argélia um pouco parecida com o Marrocos mas me enganei, alias me enganei porque temos o mau costume de pensar a Africa como um troço mais ou menos homogeneo e é um pensamento absurdo e preconceituoso.
A paisagem que vi na Argélia é de tirar o folego, montes cobertos de oliveiras e arvores frutiferas, vales cobertos de floresta, montanhas e o mar. So tem um porém, o lixo onipresente. Na Cabilia eu demorei quatro dias para ver a primeira lata de lixo, a praia é uma descarga, o unico caminhão de lixo que vi por la pegava o lixo jogado na cidade, e digo jogado porque eles vão amontoando nas esquinas até o dia da passagem do caminhão, joga o lixo nos precipios, na beira das estradas, quer dizer o primeiro vento forte ou a primeira chuva e tudo vai para o mar. Nunca em toda a minha vida o lixo me incomodou tanto, mas eu nunca tinha visto tanto lixo. Conversei sobre isso com varias pessoas locais e a resposta foi sempre a mesma, o governo abandonou a região e o lixo na verdade não incomoda ninguém. Para todo mundo com quem falei, e falei com muita gente, não tem nada de anormal em jogar o proprio lixo na rua ja que todo mundo faz.
Mas acho que mais que uma politica governamental, devem estar tentando afogar a população num mar de dejetos, a questão é mesmo educação, porque em Argel onde passei uns dias a situação é a mesma. So que la vi latas de lixo. Vazias. E o lixo no chão.
E por falar em Argel nunca tinha visto tanto barbudo junto e tanta mulher completamente velada como nesta cidade. Se na Cabilia as mulheres usam e abusam do belo traje tipico colorido que não cobre a cabeça ainda que muitas usam um lenço por questões praticas ja que passam a maior parte do tempo na cozinha, em Argel grande parte da população, pelo menos as pessoas que encontrei na rua, usam o véu e os senhores deixam a barba.
Vim de la com um gosto de quem comeu so uma colher do doce de leite e queria o pote inteiro. Não visistei a Casbah como queria, so dei uma volta. Não conheci os palacios escondidos nas vielas sombrias e não tive a oportunidade de conversar com pessoas desconhecidas. Pouco tempo e eu não estava sozinha, e detesto viajar em companhia!
Em Argel senti uma sensação de mal-estar que nunca tinha sentido em cidade nenhuma, é como se sentir que não se é bem vindo num lugar, tive a impressão que as pessoas não sorriem nunca, e que os extrangeiros não são bem vindos.
Mas esta é claro, a minha impressão pessoal e como sou otimista sei que se ficasse la uns dias a mais e pudesse vagabundear um pouco pela cidade eu mudaria de opinião.

2 comentários:

Unknown disse...

olá. Vou para Argel a trabalho e fiquei um pouco admirada com os teus comentários.

samya disse...

Oi Mafalda, tudo bem? Como eu disse, foi a opinião pessoal de quem passou uns poucos dias em Argel. Abraços e obrigada pela visita.