terça-feira, 1 de setembro de 2009

A propaganda da Triton

O texto do post e as fotos da publicidade da Triton foram retirados do blog, http://sindromedeestocolmo.com/ da Denise Arcoverde.
Obrigada Denise por me permitir a reprodução do post.








Apesar de acontecer a toda hora, em todo o país, somente de vez em quando, um caso de mulher morta pelo marido ou namorado e vira assunto. Aí é matéria na Globo e a sociedade se emociona e se revolta, depois esquece.
Quanto mais machista e falocrático, o país, maior a banalização da violência contra mulher. O Brasil tem avançado em tantas coisas, mas minha impressão, aqui de fora, é que a situação da mulher não muda nada ou até piora.
Essas fotos acima são da nova campanha de primavera-verão da marca Triton. Elas seriam impensáveis em muitos países que já passaram por um processo de discussão sobre o impacto da mídia na sociedade. Agora me digam, porque cargas d’água a gente tem de aceitar que uma empresa ganhe dinheiro às custas da glamurização da violência e assassinato de mulheres?
Quando eu falo tanto, aqui no blog, sobre essas campanhas publicitárias, não é somente porque as imagens de mulheres sendo agredidas fisicamente “não me agradam”. Não é porque eu “não consigo separar a ficção da realidade” ou porque eu quero censurar a “enorme criatividade” dos nossos premiados publicitários.
O fato é que ninguém sai impune desse bombardeio de imagens degradantes, da mulher sempre vista como parte mais fraca, vítima, submissa ao garanhão, dono do poder de vida e morte. Há poucos dias, a socióloga Luzia Azevedo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) defendeu que a maioria dos crimes contra a mulher estão relacionados ao sexismo, mesmo quando não são registrados dessa forma.
E não me digam que é “somente uma propaganda”, não. No estudo Images of women in advertisements: Effects on attitudes related to sexual aggression, de Katherine Covell e Kyra Lanis, por exemplo, demonstraram que homens expostos a propagandas nas quais as mulheres eram usadas como objeto sexual, posteriormente, eram mais tolerantes e apoiavam atitudes relacionadas à violência sexual. Enquanto que mulheres expostas a imagens de mulheres em uma postura mais forte se mostraram menos tolerantes a essas situações.
Eu não sou cliente da Triton, mas se fosse, deixaria de compra lá, agora. Basta, né?
Vamos escrever para o
CONAR, que é o conselho “auto-regulamentador” da publicidade denunciando o abuso dessas fotos acima? No site do Conar, tem um link (logo abaixo do banner) para reclamações. Quanto mais pessoas escreverem, mais fácil de sermos ouvidas. Por favor, divulguem esse absurdo em seus blogs, Facebook, Orkut e listas de discussão,
Também podemos demonstrar nossa indignação direto à Triton. Não achei email no site deles, mas tem um Blog onde podemos deixar algum comentário. E, quem tem conta no Twitter, pode postar sobre isso, colocando o id deles: @tritonlovers.
Não dá pra fazer de conta que isso aí “não tem nada demais”, né ?!
Para quem quiser ler o post no blog da Denise:

3 comentários:

Cordelirando disse...

Samya, querida, viemos informar que você foi a sorteada para ganhar a camiseta na Campanha+Promoção "Ajude Salete Maria a Cordelirar"!
Até a semana que vem enviaremos sua camiseta!
Abraços e parabéns! =)

gabimateus disse...

Muito bem Samya!
Vou agora mesmo no site do CONAR.

samya disse...

Oba, oba, oba!