sábado, 17 de outubro de 2009

Argélia - Mulheres

Françoise Fillion disse duas coisas em uma de suas inumeras entrevistas que me deixaram um pouco reticente, que a Argélia não tinha maturidade politica suficiente para se governar sozinha e por isso ela não era contra a independência mas sim contra a indepedência naquele momento historico. E a outra coisa, que num pais como a Argélia, o minimo direito que pudessem usufruir as mulheres teria que ser uma conquista dos homens, pois quando a metade da população não tem acesso a educação e ao conhecimento fica complicado que ela possa defender direitos que nem mesmo sabe que tem.
No primeiro caso, ainda tendo minha propria opinião, e eu tenho sempre uma opinião, eu não me sinto no direito de meter o bedelho porque ainda preciso aprender muito sobre todo o processo historico argelino antes da independência, mas no segundo caso estou completamente de acordo com essa senhora, a minima melhora na condição feminina na Argélia tera que vir dos homens e sera pela educação e pelo acesso aos meios de informação por parte das mulheres e isso serão eles a permitir.
O status quo atual so ajuda a classe politica dominante e ninguém mais, me pergunto e perguntei a varios homens na Argélia: E possivel a transformação social que os argelinos sonham depois de 62, quando a metade da população não são consideradas como cidadãs porque pertencem ao outro sexo? E como num pais dependente de uma potência extrangeira e escravista lutar pela liberação sem lutar contra a escravidão.
Porque de nada serve ser o sexo dominante e o macho que manda na tropa se essa tropa é constituida da parte mais fragil e mais ignorante da sociedade. Espero que um dia os homens se dêem conta disso, mas devo admitir que não tenho muita esperança.

2 comentários:

Anônimo disse...

Querida sr. B., desejo ver se entendi direito:na sua opinião as mulheres argelinas não podem lutar por sua independencia porque não tem educação? Se for isso por favor reveja seus presupostos de liberdade, independencia e educação...Cuba era analfabeta quando se independizou...educação não liberta ninguém, só coloca noutro espaço de limitação...liberdade esta sempre em relação a alguma coisa...um outro homem por exemplo...
Meu abraço, Lùcia Medeiros

samya disse...

Lucia, tudo bem? Você cita a independência de Cuba do jugo espanhol em 1898 ou a Revolução Cubana de 1959? Em ambos os casos ainda que se apoiaram na parte mais miseravel e analfabeta da sociedade para promover uma mudança politica radical, a alta hierarquia do movimento revolucionario era composto por intlectuais, Fidel era advogado, o Che era Medico. E no caso da independência a hierarquia era composta principallmente por militares e intelectuais. Abraços e muito obrigada pela visita.