quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A guerra de Israel, o homem gravido e a sapatada no Bush

Uma conhecida brasileira que encontrei ontem no metrô me perguntou porque eu não cito certos fatos atuais de importância internacional no meu blog, e é verdade, eu so cito uma noticia de jornal ou um fato interessante quando acho que tenho alguma coisa a dizer e nem sempre tenho coisas a dizer ou opiniões prontas.
Por exemplo eu não falei de duas coisas que, sempre de acordo com a conhecida, foram fatos muito importantes em 2008: o Massacre perpetrado em Gaza por Israel e a historia que foi escândalo em jornais do mundo inteiro: o transsexual americano que ficou gravido.
Sobre a primeira noticia, acho que foi dito em jornais e por cronistas muito competentes e outros nem tanto tudo o que tinha que ser dito, essa abominação que é a atitude israelense em relação à Palestina não começou ontem e ainda que as fotos de crianças cruelmente assassinadas pelo exército israelense machucam o coração de todos nos, confortavelmente sentados no sofa da sala enquanto assistimos o sofrimento alheio do outro lado mundo, o que sempre me vem à mente quando penso no oriente médio é um ensaio fotografico feito ha anos por um fotografo que eu nem lembro o nome mas que fotografou refugiados palestinos que ainda tinham a chave da casa que tiveram que desocupar às pressas para servir de moradia aos novos colonos israelenses. A imagem daquelas fotos me lembra uma cena do belo filme A Lista de Schindler quando os alemães expulsam os judeus de suas casas na Polonia para envia-los ao ghetto. E sim, estou fazendo uma comparação. Não que eu ache que o Hamas seja uma boa saida para a Palestina, ao contrario, depois de anos de disputas internas e de corrupção crônica acho que esperaremos ainda pelo menos duas gerações antes de poder contar com uma politica solida e honesta na região, claro, sempre e quando Israel aceite a existência de dois estados lado a lado. E principalmente um corpo politico laico pois como ja disse a dois milênios o sabio revolucionario e cabeludo " a César o que é de César". Mas isso todo mundo ja disse por ai, então não é nada de novo.
Quanto ao transsexual gravido que decidiu com sua companheira de ser ele quem portaria no ventre o bebê tão sonhado pelos dois, sinceramente não vejo nada de excepcional. Primeiro de tudo porque não posso e não tenho direito de opinar sobre a sexualidade de outros individuos, porque acredito que as vezes nascemos com a alma de um gênero no corpo de outro e que se a unica solução para a felicidade e o equilibrio como ser humano é trocar de sexo eu sou completamente de acordo. E se biologicamente é possivel, por que não? De qualquer forma ele possuia ainda um aparelho reprodutor feminino e decidiu usar deste feito para fazer vir ao mundo o filho desejado. E ai entram todos aqueles que dizem absurdos sobre a criação da pobre menina, ou de como vai se sentir sabendo que foi gerada pelo pai, e a pergunta que me faço é: ser gerado pela mãe e viver numa familia heterossexual e unida, mesmo que aos trancos e barrancos é garantia de felicidade e estabilidade emocional? Eu acho que não, independemente se uma criança tem uma mãe e um pai, duas mães, dois pais ou so um dos genitores, é o amor, o carinho, a sensibilidade e o equilibrio que o transformarão num adulto pleno e feliz.
Agora tem duas coisas que eu deixei de lado e não deveria, porque realmente foram muito interessantes em 2008, Nujood Ali, a yemenita de dez anos que teve a coragem de pedir o divorcio sozinha, sem o apoio da familia num pais onde os costumes tribais misoginos são ainda as regras que regem a sociedade e a vida das mulheres e a coragem de haver exposto em publico as violências fisicas e sexuais que sofreu pelo marido e pela familia do energumeno.
A outra, que confesso, quando tudo da errado penso nela e começo a rir sozinha, foi a sapatada que o Bush levou no Iraq. Sei que o jornalista Nouri al-Malik foi o exemplo menos profissional do jornalismo em muitos anos, alias eu acreditaria nisso se eu fosse politicamente correta, mas não sou e acho que chega um ponto que o ser-humano não pode mais com tanta hipocresia assassina, e dai o jeito é jogar o sapato mesmo. E conto, que na minha cabeça o episodio me vem dessa forma: sabe quando a gente coloca um pratão de carne para descongelar no sol e tem que ficar atenta para o cachorro não vir roubar a carne? Pois é, a cena que vejo é essa, a guloseima ali na frente e o cachorro salivando para roubar tudo e a unica coisa a fazer é arrancar o sapato e tentar espantar o animal antes que ele destrua e roube tudo.

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