sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Manifestação no museu do quai branly

Ontem o museu do quai branly viveu sua primeira manifestação sindical. Tudo começou fazem ja alguns meses quando o unico representante sindical que tinhamos foi mandado embora pois queria (queria, porque não se conseguiu fazer) que fizessemos uma greve de 1 hora (sim, vocês leram corretamente UMA HORA. Ontem, por volta das três da tarde um grupo da CGT Cultura decidiu ocupar a recepção do museu com suas bandeiras vermelhas e seu grito de guerra, mas claro, sem nenhuma violência ou ofensa mais grave, a tal ponto que um dos muitos policiais que vieram para defender "as pessoas de bem" de uma duzia de manifestantes passou a tarde bocejando (fui testemunha).
Quatro coisas me ficaram desta manifestação:
1 - nenhum trabalhador do museu esteve manifestando, porque se manifesta perde o emprego!
2 - os agentes da segurança que são explorados e humilhados de forma revoltante estavam prontos, como bois mandados, ou deveria dizer cães de caça? a defender o empregador injusto e muito, muito desonesto,
3 - depois da manifestação terminada e da reintegração do trabalhador e representante sindical, tivemos ainda que escutar o discurso, demagogico e imoral do nosso patronato que entre muitos elogios ao nosso perfeito comportamento e gestão da situação, decidiu nos tratar de imbecis quando disse que ha muito estava tomada a decisão de readmitir o empregado em questão e que a manifestação foi inutil e provocatoria,
4 - alguns (poucos é verdade) de meus colegas de trabalho que estavam traumatizados pelo susto e pela violência. Susto? Violência? tenham do de mim!

Mas sabem o que era mais chocante? haviam so dois jornalistas presentes, uma francesa incomodada pois queria visitar o museu e não tinha vindo para assistir tamanha baderna e um italiano, que trabalha num jornaleco de direita, aliado a alianza nazionale(ex partido fascista, bando de ignorantes!) e que passou uns bons minutos discursando sobre os bem feitos do governo berlusconi no meu ouvido, que diga-se de passagem ja virou penico a muito tempo.

3 comentários:

Anônimo disse...

e tem gente que quando vai pra europa volta se achando importante porque esteve no primeiro mundo. primeiro só se for porque a baderna generalizada começou aí. graças à você estou descobrindo que que o lado de lá não é muito mais (in)civilizado que o de cá... vamos morar na finlândia?

gabimateus disse...

Aqui e a mesma coisa. Participar de manifestacao assim, mesmo pacifica significa problemas, e a policia vem em cima mesmo. Se te pegam, muitas vezes voce e fichado, e se for, pronto... vai ter problema o resto da vida pra arrumar certos de tipos de emprego.

E ate proibido falar mal do porco que esse governa esse pais "em publico".

Democracia aqui??? Brincadeira.
Nao vou nem comecar pra nao estragar a mminha manha.

Nao se enganem minha gente, isso aqui nao e primeiro mundo nao. Ta tudo errado.

Deixa o Lucas completar os estudos dele que nos vamos e pra Passargada!!!

(Paulo Granjo) disse...

Porquê? Lá, é amiga do rei, mesmo?

(Samya: desculpe o mau humor, e já agora a escrita meio abrasileirada, tentando chegar perto, mas voltei de uma reunião com 10 antropólogos muito PhD e não imagina a cadeira de mestrado sobre América do Sul que foi inventada por um especialista em nomes próprios e uma passadora de laudas antropológicas, ou, se quiser, de certificados de indígena.)